O swing coreano

O meu primeiro contato com o K-Pop foi na base do preconceito, o que acabou me afastando da música coreana. Fazendo um balanço da minha própria história de vida, igualmente a qualquer pessoa com conexão na internet, fui atingido pelo PSY em meados de 2012 com o videoclipe/evento Gangnam Style.

É difícil conceber o que está acontecendo na sua vida quando na tela do seu monitor um homem gordinho e sensual demonstra toda sua malemolência com o seguinte movimento:
PSY - Gangnam Style
Não sabia se tinha gostado ou simplesmente achado esquisito e descartável a música do rapper coreano. Conforme o tempo passava e o som do PSY era reproduzido incansavelmente, com versões de funk carioca e um sample de alguém que não merece ser mencionado, fui contagiado pelo ritmo ragatanga da música coreana.

O importante é que eu realmente gostei de Gangnam Style.

Isso é uma verdade que não pode ser alterada.

Entre o primeiro e o segundo super-hit do PSY, Gangnam Style e Gentleman, respectivamente, tive um pouco mais de contato com o K-Pop, especialmente por acompanhar o trabalho da escritora Babi Dewet, uma legitima manjadora do swing coreano. Foi entre os dois singles que conheci o trabalho da Hyuna e do 4Minute.
Hyuna - Roll Deep
No entanto, foi apenas recentemente que aceitei o K-Pop na minha playlist constante. Ouvindo mais músicas, conhecendo mais dos artistas, percebi que a produção cultural coreana faz parte de um padrão de influências internacionais. O cinema coreano moderno bebe muito de hollywood, mas sem deixar de preservar uma identidade própria que acaba misturando gêneros em um só produto.

Essa mistura de gêneros no cinema proporciona a criação de filmes como Simpatia Pelo Sr. Vingança, Sede de Sangue, Eu Vi o Diabo e Memórias de um Assassino, onde podemos perceber estruturas narrativas de suspense, terror, drama, comédia e ação em um único filme sem parecer ridículo. Isso também acontece com as histórias em quadrinhos coreanas e, como arrisco a dizer, com a música.

O K-Pop tem influência internacional, especialmente norte-americana, nas músicas e nos videoclipes. As boys e girls band são um reflexo disso e os videoclipes dançantes, coloridos e superprodutivos, não deixam a desejar naquilo que os EUA sabia fazer com perfeição, mas que hoje em dia é mais raro devido ao custo e ao baixo retorno do vídeo para o artista que não é um superstar.

Na Coreia do Sul os vídeos dos grupos e dos artistas solos são parte primordial na construção do simbolismo de suas respectivas marcas para com os fãs; portanto, o investimento é muito valioso para obter retorno sobre a demanda do público insano.
CL (2NE1) - Don't Stop The Music
O swing coreano, o K-Pop, chegou para ficar da mesma maneira que o J-Rock explodiu no início dos anos 2000. E, mais importante do que se divertir com a música, o K-Pop serve também para mostrar que a Coreia do Sul é um berço cultural riquíssimo. Não fique apenas na música, assista aos filmes e as séries de TV. Os dramas para televisão (K-Drama) conseguem apresentar uma faceta própria combinando estilos narrativos frequentes em novelas com tramas que lembram séries de TV norte-americana.

Playlist o/

















Comentários